Oficina G3 é uma das maiores bandas de rock cristão do Brasil e da América Latina. Fundada em 1987, em São Paulo, o grupo nasceu com o objetivo de falar de Deus através da música, especialmente o rock – um estilo que, na época, era pouco aceito dentro das igrejas. Ao longo das décadas, a banda cresceu, amadureceu musicalmente, passou por diversas formações e se consolidou como referência musical no meio gospel e até fora dele.
Com o passar do tempo, o Oficina G3 evoluiu musicalmente, passando por diversas mudanças de formação, explorando diferentes estilos musicais (como rock progressivo, metal, pop rock e até elementos de música eletrônica), e consolidando sua posição como referência nacional e internacional na música cristã.
O nome "Oficina G3" é simbólico: "Oficina" representa o lugar onde vidas são transformadas por Deus — como se Ele consertasse o ser humano, assim como se conserta um carro numa oficina. Já o "G3" costuma ser interpretado como "Grupo dos 3", fazendo referência à Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Esse nome carrega a essência da banda desde o início: transformar corações por meio da música e da Palavra.
As letras do Oficina G3 sempre foram profundas e espirituais, mas sem perder a conexão com o cotidiano e as emoções humanas. Seus temas mais frequentes incluem:
Mesmo sendo uma banda cristã, suas músicas tocam muitas pessoas que não se identificam com nenhuma religião, porque falam de realidades universais, como sofrimento, amor, busca por sentido e superação.
A banda também teve forte presença em festivais gospel, igrejas, congressos e grandes eventos, além de turnês internacionais.
O Oficina G3 é mais do que uma banda cristã: é um marco na música brasileira. Eles abriram caminho para que o rock evangélico fosse respeitado, enfrentando resistências dentro e fora da igreja. Ao longo de mais de três décadas, influenciaram gerações com sua música, técnica apurada e mensagem transformadora.
Eles foram pioneiros ao mostrar que é possível falar de Deus com som pesado, letras profundas e muita arte. Enfrentaram resistência no início, mas abriram caminho para muitas outras bandas cristãs que vieram depois.
Mesmo com mudanças de integrantes e fases distintas, o coração da banda sempre foi o mesmo: usar a música para transformar vidas e glorificar a Deus.
Nada É Tão Novo, Nada É Tão Velho (1993)
A formação inicial do Oficina G3 contava com Túlio Régis e Luciano Manga nos vocais, Juninho Afram na guitarra, Wagner García no baixo e Walter Lopes na bateria. Era uma época em que o rock cristão ainda era marginalizado no meio evangélico, e o Oficina surgiu com a proposta de evangelizar jovens por meio de uma linguagem musical moderna e agressiva para o contexto da igreja brasileira dos anos 80. O estilo era fortemente influenciado por bandas internacionais como Petra e Stryper, com guitarras pesadas, solos técnicos e mensagens evangelísticas diretas. Essa formação atuava principalmente em igrejas, eventos missionários e festivais cristãos.
O primeiro grande marco dessa fase foi o álbum Nada é Tão Novo, Nada é Tão Velho (1993), que apesar de lançado no fim dessa formação, representa bem seu legado. O disco traz músicas como “Lágrimas”, “Valéria” e “Lembranças”, que abordam temas de fé, juventude, arrependimento e conversão. Foi o primeiro passo da banda rumo ao cenário nacional.
Nada É Tão Novo, Nada É Tão Velho (1993)
Indiferença (1996)
Com a saída de Túlio Régis, Luciano Manga assume como vocalista principal. O baixista Duca Tambasco entra em 1993 e traz um novo fôlego criativo para a banda. A entrada de Jean Carllos nos teclados em 1995 completa essa fase. Juninho Afram e Walter Lopes permanecem nos respectivos instrumentos. Essa formação é considerada por muitos fãs como a mais "clássica", sendo responsável por alavancar a banda a um novo nível dentro e fora do meio evangélico.
A sonoridade se moderniza com influências de funk rock, groove e até elementos de rap, mantendo a pegada roqueira. As letras começam a abordar questões sociais, espirituais e existenciais de forma mais crítica e profunda. O disco mais marcante desse período é Indiferença (1996), considerado um divisor de águas no rock cristão brasileiro. Com faixas como “Magia, Loucura ou Ilusão?”, “Glória”, “Perfeita Paz” e a própria “Indiferença”, a banda se destaca pela originalidade musical e pelas mensagens que confrontam o comodismo espiritual.
Acústico (1998)
O Tempo (2000)
O Tempo (Ao Vivo) (2001)
Humanos (2002)
Após a saída de Luciano Manga, o vocal passa a ser assumido por PG (Pedro Geraldo), marcando uma nova fase na trajetória da banda. A formação agora conta com PG no vocal, Juninho Afram na guitarra e vocais de apoio, Duca Tambasco no baixo, Jean Carllos nos teclados e Walter Lopes, que sai em 2001, sendo substituído por Lufe e depois outros bateristas.
Com PG, o Oficina G3 passa a adotar uma sonoridade mais melódica e radiofônica, se aproximando do pop rock moderno sem abandonar as raízes roqueiras. As músicas ganham forte apelo emocional, espiritual e romântico, o que aumenta a aceitação da banda entre o público jovem. O sucesso cresce consideravelmente, com turnês nacionais e forte presença em mídias cristãs.
Os álbuns lançados nessa fase incluem Acústico (1998), que apresenta versões suaves e introspectivas de canções já conhecidas; O Tempo (2000), com hits como “O Tempo” e “Preciso Voltar”; e Humanos (2002), onde a banda flerta com elementos de nu metal e alternativo, trazendo faixas como “Te Escolhi” e “Apostasia”.
Além do Que os Olhos Podem Ver (2005)
Elektracustika (2007)
Em 2003, PG deixa a banda para seguir carreira solo. A banda decide não contratar um novo vocalista fixo, e Juninho Afram assume os vocais principais, além de continuar na guitarra. A formação se mantém com Duca, Jean Carllos e agora conta com bateristas convidados, como Alexandre Aposan, que mais tarde se tornaria membro fixo.
Nessa fase, o Oficina G3 busca uma identidade mais madura e técnica, com forte influência de rock progressivo, hard rock e letras mais reflexivas. É uma fase menos comercial, mas muito respeitada por sua musicalidade.
O álbum Além do que os Olhos Podem Ver (2005) marca o início dessa nova abordagem. Em 2007, lançam Elektracustika, um projeto experimental que mescla acústico com elementos elétricos, mostrando a versatilidade e a evolução musical da banda.
Álbum DDG (2008)
Álbum Histórias e Bicicletas (2013)
Single Tudo é Vaidade (2016)
Single João (2016)
Single Retrato (2017)
Single Cego (2020)
Em 2008, o vocalista Mauro Henrique entra na banda, assumindo os vocais principais e se tornando um dos nomes mais marcantes da história do Oficina G3. A formação também inclui Juninho Afram, Duca Tambasco, Jean Carllos e Alexandre Aposan na bateria. Essa fase é marcada por uma sonoridade mais madura e complexa, com forte influência de metal progressivo, rock alternativo e letras com profundidade espiritual e existencial.
O primeiro disco dessa formação, Depois da Guerra (2008), é considerado por muitos o ápice artístico da banda, recebendo o Grammy Latino de Melhor Álbum Cristão em Língua Portuguesa em 2009. O álbum traz faixas como “Meus Próprios Meios”, “De Joelhos” e “Muros”, que abordam fé, arrependimento e batalha espiritual com peso e profundidade.
Em 2013, lançam Histórias e Bicicletas (Reflexões, Encontros e Esperança), gravado em Londres, com temas voltados à jornada espiritual e pessoal. Essa fase também gerou diversos singles, como “João”, “Tudo é Vaidade”, “Retrato” e “Cego”, lançados entre 2016 e 2020, com destaque para produções mais intimistas e experimentais.
Nenhum álbum de estúdio novo foi lançado até agora em 2025
Após a saída de Mauro Henrique em 2020, o Oficina G3 passa a atuar como um trio, com Juninho Afram, Duca Tambasco e Jean Carllos. Até o momento, a banda não lançou um novo álbum completo de estúdio nessa formação, mas segue ativa, participando de eventos, lançando músicas ao vivo e comemorando sua longa trajetória.
Em 2025, o grupo lançou registros ao vivo como Diz – DDG Reloaded Tour (Ao Vivo), revisitando clássicos da fase Mauro Henrique com nova roupagem. A expectativa é que novos materiais inéditos surjam com essa formação nos próximos anos.